INFORMATIVO N° 1.428

INFORMATIVO N° 1.427
11 de maio de 2020
INFORMATIVO N° 1.429
11 de maio de 2020

TELEFONEMA DA MINISTRA TEREZA CRISTINA DÁ SINAL DE AÇÕES DO GOVERNO EM RELAÇÃO A ESTIAGEM

Após a nota da FETAG-RS, emitida no domingo, em que a entidade cobrou do governo federal ações referentes a estiagem que assola o Estado nos últimos meses, o Ministério da Agricultura, finalmente se posicionou.

Na tarde de segunda-feira (30), o presidente da FETAG-RS, Carlos Joel da Silva, recebeu ligação da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. Também participaram da ligação o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke, e o secretário de Política Agrícola, Eduardo Sampaio.

Na ligação, a ministra questionou quais eram os pontos mais urgentes dentre todas as pautas que foram entregues pela FETAG-RS e pelas demais entidades. Joel informou que tudo o que foi passado para ministério é absolutamente indispensável e que é preciso agilidade para socorrer o produtor rural, com maior destaque para o bolsa estiagem, o financiamento para capital de giro de R$30 mil e a renegociação dos financiamentos bancários.

A ministra informou que o Mapa está trabalhando nas pautas, sendo que horas antes houve uma reunião com a bancada federal gaúcha, que também está cobrando ações do governo. Ainda na noite da segunda-feira, a ministra reuniu-se com Paulo Guedes, ministro da Economia, para encaminhar os assuntos para votação no Conselho Monetário Nacional. Teresa Cristina também informou que irá se reunir com o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, para tratar do bolsa estiagem.

De acordo com o presidente Carlos Joel da Silva, “a ministra se comprometeu a anunciar medidas nos próximos dias, pois está construindo acordos com o Ministério da Economia, mas está tudo bem encaminhado. Acredito que teremos boas notícias em breve, o que é muito bom, pois o agricultor não pode esperar mais”.

NOTA OFICIAL – O DISCURSO ESTÁ LONGE DA PRÁTICA

O cenário que o Brasil está vivendo é alarmante. Estamos vivenciando uma inimaginável crise mundial em virtude do COVID-19. Aqui, no Rio Grande do Sul, estamos sendo duplamente afetados.  Além dos problemas econômicos e sociais causados pela pandemia, ainda sofremos com os impactos severos de uma das maiores estiagens da sua história.

Vemos cidades paralisadas, indústrias, comércios, empresas e outros setores de portas fechadas, e ao mesmo tempo acompanhamos o governo federal tendo uma prática inversa ao seu discurso, visto que os cofres brasileiros estão de tampas abertas, escoando valores exorbitantes para pagamento da dívida pública.

No orçamento do Brasil para 2020, cerca de 50,7% do total está destinado para o pagamento da Dívida Pública (Rolagem + Juros + Amortizações + Despesas Financeiras) que chega a um valor R$ 1,9 trilhões, maior volume já gasto na história do país em manutenção anual. (Fonte: Senado Federal)

Neste momento cabem duas profundas reflexões:

1 – A sociedade como um todo está se doando, abrindo mão de receitas, criando alternativas para superar em conjunto a crise, com cidadãos passando necessidades econômicas e alimentares, e o Brasil destinando todo este valor para pagar a dívida pública? O Governo só está “cortando na carne” de outros setores?

2 – Por que o Governo Federal ainda não atendeu a pauta sobre a estiagem que afeta o estado desde o início do ano, anunciando medidas para socorrer quem produz alimentos para a nação? A agricultura não é importante para a sociedade?

Realmente, algumas coisas não podem ser compreendidas!

A FETAG-RS acredita que as medidas já anunciadas pelo Governo auxiliam alguns setores da sociedade, mas ainda são insuficientes. Vemos agricultores agonizando e sofrendo a cada dia mais na espera de um anúncio que possa deixá-los respirar mais um pouco.

Sendo assim, a FETAG-RS, enquanto entidade representativa dos agricultores familiares, solicita ao Governo Federal a suspensão do pagamento dos juros e amortizações da dívida pública pelo período de três anos, para que este valor seja destinado ao enfrentamento da grave crise causada pelo Covid-19.

E ainda, a Federação exige que o Governo Federal tenha respeito pelos agricultores castigados pela estiagem, pois ainda não respondeu a pauta entregue pelas entidades para que os efeitos possam ser amenizados, deixando a categoria que mantêm a economia neste momento (como o governo gosta de ressaltar em suas falas) à mercê de suas ações e decisões.

A agricultura não pode mais esperar! Está agonizando! Está cansada de tanta espera e de tanto discurso!

“É preciso urgência e eficácia neste momento por parte do governo. Se gostam tanto de seguir os padrões estrangeiros em alguns aspectos, busquem agora inspirações nas ações feitas por outras nações, a exemplo dos Estados Unidos e também o vizinho Uruguai, onde o presidente e os seus ministros, diminuíram os próprios salários para auxiliar no combate à doença” salienta Carlos Joel da Silva, presidente da FETAG-RS.

Está na hora da resposta chegar!

Está na hora do Governo Federal alinhar seu discurso à sua prática!

Está na hora do Governo deixar a pose de “bom moço” para alguns privilegiados e olhar a sociedade com realismo!

Está na hora do Governo olhar para a Agricultura e os mais vulneráveis!

Fica o alerta: a agricultura precisa voltar a respirar para poder continuar produzindo!

Direção da FETAG-RS

CÂMARA APROVA AUXÍLIO DE R$600,00 PARA PESSOAS DE BAIXA RENDA

 

A Câmara dos Deputados aprovou ontem, em votação virtual, um auxílio emergencial para pessoas de baixa renda no valor de R$600,00 (seiscentos reais), por até 3 meses. A proposta inicial do executivo previa o valor de R$200,00 (duzentos reais).

A pandemia de Coronavírus no Brasil fez com que boa parte dos serviços no país parassem. Com muitos municípios determinando o isolamento social e o fechamento dos comércios, muitos setores estão sendo afetados, dentre eles, a agricultura familiar.

No campo, quem produz, não pode parar. No entanto, o momento é de incerteza, pois as possibilidades de escoamento da produção estão limitadas. O cancelamento de feiras e exposições municipais, e as orientações das autoridades para que as pessoas fiquem em suas casas tornou praticamente inviáveis as vendas.

Para Carlos Joel da Silva, presidente da FETAG-RS, “as famílias agricultoras terão muitos prejuízos. Entendemos que o momento é de ficar em casa e se proteger para que possamos superar a pandemia, mas não podemos ficar alheios aos problemas financeiros que muitos já estão enfrentando. O valor aprovado é baixo, mas é melhor do que a proposta original e será uma ajuda importante para quem não terá outras rendas”.

Terão direito ao auxílio pessoas maiores de 18 anos, que não tenham emprego formal e que não recebam nenhum outro benefício social, previdenciário ou seguro desemprego. Quem recebe o Bolsa Família poderá optar pela opção mais vantajosa.  Ainda é preciso que a renda per capita da família seja de até meio salário mínimo, ou renda mensal familiar total de até 3 salários mínimos, e que em 2018 não tenha tido rendimentos como salário e faturamento superior a R$28.599,70.

Dentre as atividades que se enquadram como possíveis de beneficiárias do auxílio emergencial estão microempreendedores individuais (MEI), contribuintes individuais do INSS, trabalhadores Informais de qualquer natureza inscrito no CAD Único ou que se encaixe no critério de renda familiar mensal per capita de até meio salário mínimo, ou renda mensal total de até três salários mínimos.

Assim que o texto for sancionado pelo presidente da República Jair Bolsonaro, o governo divulgará informações sobre como fazer para solicitar o benefício.

A FETAG-RS seguirá cobrando do governo federal as medidas em relação aos problemas gerados pela estiagem, que são urgentes. “Muitas famílias perderam boa parte das lavouras e de suas produções. A agricultura não acompanha a morosidade dos governantes, que precisam agilizar o socorro. Até agora, mesmo com a entrega oficial das pautas do setor diretamente nas mãos da ministra da Agricultura, nada aconteceu”, explica o presidente Carlos Joel.

BOAS IDEIAS CRIAM ALTERNATIVAS PARA AGRICULTORES FAMILIARES

 

Em período de decretos limitando a circulação de pessoas e impedindo o funcionamento de comércios, boas ideias auxiliam quem compra e quem vende. Seguindo a tendência de tele entrega dos mais variados produtos já implantados nas grandes cidades, a agricultura familiar se adequa ao momento e começa a oferecer seus produtos nas casas das pessoas.

Diante da impossibilidade da comercialização por meios tradicionais, como feiras municipais e a venda de casa em casa, os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais estão organizando e auxiliando na disponibilização de serviços de tele entrega, criando uma alternativa tanto aos compradores, que precisam se alimentar, quanto para os produtores, que seguem produzindo.

No município de Cachoeira do Sul uma parceria entre o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e a UERGS permite a encomenda de produtos via whatsapp, direcionado diretamente ao produtor, e a posterior entrega em casa. Os pedidos devem ser feitos com no mínimo 24 horas de antecedência, respeitando a disponibilidade de cada produtor.

De acordo com o presidente do STR de Cachoeira do Sul, Paulo Ricardo da Cunha, “Temos 25 produtores já cadastrados e recebendo os pedidos. A aceitação está sendo muito boa, e o número de pedidos superou nossas expectativas. Já tínhamos a intenção de disponibilizar o serviço para a população. Com a pandemia, tivemos que agilizar o processo”.

Em Santo Antônio da Patrulha, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais está auxiliando os agricultores familiares a levar até as casas da população os seus produtos, que até o início da pandemia eram vendidos na Feira dos Agricultores do município. As vendas agora ocorrem por telefone ou whatsapp, no número (51) 99646-9966. O valor mínimo do pedido deve ser de R$15,00 (quinze reais) e a taxa de entrega é R$3,00 (três reais).

Para o presidente do STR de Santo Antônio da Patrulha, Samuel Santos, “nos primeiros dias foram registrados 250 pedidos, e nesta sexta-feira (27), fizemos as primeiras entregas. O sindicato está auxiliando no desenvolvimento de um aplicativo de celular para poder organizar os pedidos e para dar sequência ao serviço mesmo após o término das restrições municipais e estaduais”.

Apesar das dificuldades, a agricultura familiar, que segue desamparada pelo governo federal em relação aos problemas causados pela estiagem, se reinventa e cria alternativas para sobreviver e seguir abastecendo as mesas dos brasileiros.

MAIS INFORMAÇÕES EM: http://www.fetagrs.org.br/informativo.php?id=1557

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