Histórico do Sindicato

HISTÓRICO

No início, haviam dois sindicatos que representavam praticamente a mesma categoria. Os dois sindicatos foram fundados em 1º de julho de 1962, um sindicato pertencia aos Trabalhadores Rurais da Lavoura e da Pecuária, o outro era dos Trabalhadores Autônomos de Santa Cruz do Sul. O primeiro englobava os trabalhadores rurais, meeiros, arrendatários e filhos de agricultores. No Sindicato Autônomo, a participação unicamente dos pequenos proprietários de Santa Cruz do Sul. A fundação ocorreu no mesmo dia e, em 23 de julho de 1963, houve a fusão dos dois sindicatos. O dos Autônomos fez uma Assembleia extraordinária e, neste momento, foi criado um só sindicato, denominado Sindicato dos Trabalhadores Rurais – STR.

Esta denominação permaneceu até a assembleia realizada em ? , onde houve a alteração do nome para Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol e Herveiras.

Os dois sindicatos continuaram funcionando até chegar a carta sindical do Ministério do Trabalho, o que ocorreu em outubro de 1965, indicando o nome de Sindicato dos Trabalhos Rurais de Santa Cruz do Sul. Na época, havia uma portaria, a de número 40, onde só poderia existir um sindicato em cada cidade, daí a necessidade da unificação.

A primeira diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da Lavoura e da Pecuária era composta por Orlando Paulo Schaefer na presidência; secretário Sílvio José Backes, de Sinimbu; tesoureiro Harry Vogt; suplentes, Olíbio Morsch, Guido Rabuske e Júlio João Giehl. Já no Sindicato dos Trabalhadores Autônomos, o primeiro presidente foi Antônio Vunibaldo Eick; tesoureiro, Pedro Sehnem e secretário, Emílio Machado.

Com a fusão a primeira diretoria oficialmente registrada no Ministério do Trabalho e que concorreu como chapa única, tinha presidência Orlando Paulo Schaefer; secretário, João Sebastião Wagner e tesoureiro, Emílio Machado. Os efetivos do conselho fiscal eram Albino Pedro Sehnem, tmar Iserhard e Arlindo Goldschmidt. Na suplência, estavam Eufrásio de Melo, Guido Lauermann e Roque Paulus. A delegação federativa era composta por Orlando Schaefer, João Sebastião Wagner e Emílio Machado.

O Sindicato iniciou os seus trabalhos com o apoio da antiga Caixa Rural de Santa Cruz do Sul, hoje Sicredi. O funcionamento era numa sala dos fundos da Caixa, em turno único das 13h30min às 17h.

Destacamos com orgulho e saudade o apoio decisivo dos senhores Leopoldo Morsch, e José Avelino Junges, diretores da Caixa Rural. A propósito, o Senhor Leopoldo Morsch, presidiu a Assembleia de fundação.

Outra lembrança marcante do STR é do presidete do Sindicato dos Autônomos, Antônio Vunibaldo Eick, que emprestou 50 mil réis, metade para cada sindicato, para fazer frente à despesa iniciais, como registro e encaminhamento de papéis. As igrejas católica e evangélica deram grande contribuição para semear e implementar a ideia do sindicalismo no meio rural.

 

Abrimos um espaço para relembrar a história do nascimento do Sindicalismo Rural no RS.

Em 1960 e 61, a Frente Agrária Gaúcha, uma entidade constituída por religiosos com a finalidade de incentivar a criação de movimentos de pequenos agricultores que pudesse, através da união, representar classe, completamente desamparada na época, promoveu dois congressos estaduais, envolvendo lideranças comunitárias e religiosas do interior do Estado. O arcebispo de Porto Alegre, Dom Vicente Scherer e o bispo auxiliar Edmundo Kunz, lideravam as mobilizações na época.

Desta semente lançada a mais de cinquenta anos se originaram os sindicatos rurais, que mais tarde assumiram sua verdadeira representatividade, Sindicato dos Trabalhadores Rurais que representa os pequenos produtores e Sindicatos Rurais, que representam produtores médios e grandes, empregadores, no caso.

Voltando a fundação do nosso sindicato. Com o crescimento da nova entidade, os agricultores aderiram às campanhas que eram realizadas no interior todo o final de semana com a diretoria percorrendo as localidades, levando as mensagens otimistas e de incentivo ao sindicalismo. Com o crescimento do quadro social houve a necessidade de ocupação em novo local. O andar térreo do Centro Social Diocesano da Mitra foi alugado. No mesmo local foi instalada a farmácia veterinária, que desde a época até hoje, se constituiu em mais uma fonte de receita do sindicato.

No início de nossa trajetória eram poucos os serviços oferecidos, apenas médicos, dentistas, organização do fichário e documentação dos associados e agendamento de reuniões nas localidades do interior, para motivar os sócios e não sócios a participar das reuniões, as atuações dos líderes foi decisiva neste processo.

Continuando. Um dia chegou a notícia de que em Estrela o sindicato trabalhava com uma fórmula diferenciada de benefícios. Com a informação em mãos se promoveu um estudo para ampliação da gama de serviços oferecidos aos sócios da entidade santa-cruzense.

O primeiro passo foram os convênios com hospitais da região, para atendimento em ambulatórios e assistência maternidade, mediante um acréscimo na anuidade; gradativamente outros benefícios foram agregados.

No começo o Sindicato se mantinha somente através da contribuição dos associados, mais tarde, cobrando por alguns serviços prestados. O surgimento da contribuição sindical causou um impacto maios na economia do sindicato. A luta foi muito grande porque outras entidades diziam que não era necessário o agricultor pagá-la. O Ministério do Trabalho arbitrou a polêmica instituindo uma portaria exigindo que o agricultor, quando fosse fazer um empréstimo no Banco do Brasil obrigatoriamente precisava apresentar as guias de recolhimento do imposto sindical. Considerando arbitraria a medida, se iniciou uma batalha direta com algumas instituições sobre o assunto. Nesta época, foi contratado o advogado Antônio Manoel de Borba, para defender os interesses dos agricultores. Garantido o direito, começou a entrar um grande volume de recursos, que foram investidos na assistência direta aos associados, o que permanecem até hoje.

A comunicação da entidade com seus associados, praticamente desde sua fundação, sempre se deu através de programas de rádio e que continua até hoje. Está no ar a mais de 50 anos, mas não mais no mesmo dia e horário que era aos domingos, às 11h30min na rádio Santa Cruz. Agora é aos sábados as 12:00 horas.

Por cerca de quatro anos o STR funcionou na Mitra Diocesana, só saindo de lá para se instalar definitivamente, no prédio na Ramiro Barcelos, 1054, onde permanece até hoje. Neste local funcionava a Camisaria Swarowski. Procurando seu proprietário, senhor Arcádius Swarowski, este de imediato prontificou-se a vendê-lo.

Os contatos iniciais foram feitos pelo presidente Orlando Paulo Schaefer e doutor Antônio Manoel de Borba, advogado do sindicato. Demorou muito até que o sindicato se transferisse para o novo endereço, uma vez que a nova unidade da Arcal estava sendo construída no Distrito Industrial.

A concretização do negócio se efetivou em 1972 quando Orlando Schaefer era o presidente, Pedro Oswino Etges tesoureiro e Dominicos Hochscheidt secretário. O custo total foi Cr$ 180.000,00 (cento e oitenta mil cruzeiros). Como a entidade não tinha recursos, foram feitos dois empréstimos, um junto à Caixa Econômica Estadual e o outro no Banco do Brasil de Cr$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil cruzeiros) em cada instituição bancária. Os outros Cr$90.000,00 (noventa mil cruzeiros) ficaram para ser pagos no ano seguinte . o aval do débito total coube aos três dirigentes.

Naquele período se iniciou uma grande luta no STR pela primeira aposentadoria do trabalhador rural, através do FUNRURAL. As localidades do interior foram organizadas em grupos para encaminhamento da documentação daqueles que reuniam condições para aposentadoria (homens aos 65 anos) meio salário mínimo. Também na época, as mulheres, viúvas ou solteiras, com mais de 65 anos, graças ao trabalho da organização sindical, se habilitaram ao benefício. A consolidação deste direito se deu com a Constituição do País em 1988, estabelecendo um salário mínio integral para os homens aos 60 anos e as mulheres aos 55 anos.

Outro marco importante, ocorreu em 1987, na época Pedro Oswino Etges era o presidente e Heitor Schuch secretário, foi lançada a campanha para a mulher ser sócia. Para facilitar, o valor da unidade foi rateado entre o casal e desde então muitas mulheres passaram a integrar o quadro social. Outra luta importante, o reconhecimento da mulher como trabalhadora rural e a inclusão de seu nome no bloco do produtor do marido; esta inclusão a habilitou aos benefícios previdenciários como aposentadoria, auxílio doença, acidentes de trabalho e salário maternidade.

Vamos falar também um pouco sobre a história; já devem ter ouvido muito falar sobre o Estatuto da Terra, os mais antigos lembram da Lei Ferrari. O Estatuto do Trabalhador foi sancionado pelo então presidente da República João Goulart em 1963. Fernando Ferrari além de professor catedrático foi deputado federal pelo PTB de Getúlio Vargas e graças a sua preocupação no parlamento com reforma agrária e o direito do trabalhador do campo, o Congresso Nacional aprovou o Estatuto da Terra, regulamentando os dispositivos de direito a ocupação terra, de autoria do deputado Fernando Ferrari daí a denominação popular de Lei Ferrari. Já o Estatuto da Terra, criado em 1964, foi obra do regime militar e disciplinava o uso, ocupações e relações fundiárias.

A propósito do regime militar, sua relação com os sindicatos era extremamente truculenta, porque na visão do regime todo o líder ou militante sindical era comunista. Os sindicatos receberam intervenção dos militares que passaram a perseguir e até prender lideranças e militantes sindicais. Destituiu diretorias e elegeu novas, no entanto, por conveniência disfarçou sua vontade, usando para isso órgãos que seguiam fielmente a cartilha do regime, porém, de maneira sutil para enganar a opinião pública.

 

E como surgiu o Funrural?

Ele foi crido em 1963 com a denominação de Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural – FUNRURAL – com o objetivo, através da contribuição de 2% dos produtores, de formação de um Sistema de previdência especifica para o trabalhador da área rural. Na época o fundo era mais paternalista, destinando recursos para compra de gabinetes dentários e ambulatórios médicos e contratação de profissionais para atende-los. Em 1977 o Funrural foi incorporado pelo Sistema Nacional de Previdência Assistência – SIMPAS que passou a receber a contribuição sobre a produção para fins de concessão de benefícios previdenciários. Em 1990, com a fusão do SIMPAS e IAPAS (Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social) foi criado Instituto Nacional de Previdência Social, o nosso conhecido INSS.

Nossa entidade se denominava até as emancipações dos distritos de Gramado Xavier, Trombudo hoje Vale do Sol, Sinimbu e Herveiras de Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Cruz do Sul. Com as emancipações formou extensão de base nos novos municípios, com exceção de Gramado Xavier, passando a denominar-se Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol e Herveiras.

Em 2001 o STR fez um investimento em seu patrimônio de aproximadamente R$200 mil reais. Foi adquirido o prédio próprio do subescritório de Sinimbu e construída a nova loja da Farmácia Veterinária.

Em 2005 foi construído a sede do subescritório de Vale do Sol e em Santa Cruz foi feita uma ampliação na sede.

Em 2010 foi adquirido um depósito para insumos e fertilizantes com 1.000 metros de área construídos e anos após houve a venda deste estabelecimento.

Em 2017 foi efetivada a compra de um terreno com benfeitorias na rua Dr. Pedro Eggler, Vila de Monte Alverne, antigo Hotel Kloh.  No mês de outubro do ano de 2018 foi inaugurada a sede do subescritório e agropecuária de Monte Alverne, mais uma vez o sindicato ficando mais próximos de seus associados para melhor lhes atender.

Hoje podemos avaliar como positiva a caminhada e que muitos frutos foram colhidos. Ocorreram grandes avanços na área da previdência social, nos créditos subsidiados e nas conquistas que, de uma forma ou de outra têm contribuído para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem no meio rural.

No entanto, todos estes avanços não foram conquistados gratuitamente, demandaram lutas, mobilizações, pressões junto às autoridades e muito esforço coletivo e individual dos líderes sindicais. A caminhada prossegue e novos desafios nos são oferecidos a cada dia. Se existem desafios, são para serem vencidos e vamos vencê-los.

A nossa cruzada lado da FETAG continua cada vez com mais força e abnegação, com certeza, a médio ou longo prazo, com o engajamento de todos, haveremos de vencer todos os obstáculos, por mais difíceis que sejam.

Não esqueçamos nunca de continuarmos a ostentar com o orgulho os lemas do nosso sindicato:

Verdade e justiça ao homem do campo

Não fique só, fique sócio do STR